top of page

Exame físico [1]

      A pele pode apresentar-se vermelha, inchada e com urticária. Os olhos dos individuos podem apresentar-se vermelhos e com comichão, apresentando em casos mais extremos, perda de visão. Um exame completo aos pulmões deve ser efectuado, para descartar a asma e outras doenças respiratórias. A mucosa nasal deve ser examinada para sinais de rubor e edema associadas à exposiçao.

Testes

Biomarcadores de exposição:

     Devido ao facto de o formaldeído ser uma molécula cujo metabolismo é muito rápido, não existem ainda biomarcadores de confiança para expressar a exposição ao formaldeído. Tentativas de o dosear através dos níveis sanguíneos e urinários de formaldeído ou de formato foram feitas, sem resultados satisfatórios, pois o formato também pode resultar da metabolização de outros químicos, tais como o metanol, a acetona e os halometanos.
    Como o metabolismo do formaldeído a formato é lento, este pode reagir com vários componentes celulares, tal como nucleótidos, proteínas e glutationa, formando adutos, como a N6-hidroximetildesoxiadenosina e a N2-hidroximetildesoxiguanosina e ligações cruzadas entre DNA e proteínas. Estes produtos foram examinados para o seu potencial enquanto biomarcadores de exposição repetida ao formaldeído, não trazendo resultados satisfatórios. [2]

 

     Culturas de leucócitos mostraram aumentos nas ligações cruzadas entre DNA e proteínas quando se procedia a culturas in vitro com formaldeído, e um pequeno grupo de pessoas expostas ao formaldeído mostrou também um aumento significativo nas ligações entre DNA e proteínas, relativamente a um grupo placebo. Pensa-se então que este método terá potencial, mas têm que ser conduzidos mais estudos para ser considerado um biomarcador de exposição ocupacional de confiança, pois existem outros agentes capazes de provocar estas ligações, tais como as radiações ionizantes e os agentes alquilantes. [3]

Biomarcadores de efeito:

      Lavados nasais de indivíduos expostos a 0.4 ppm de formaldeído por duas horas mostraram um aumento na concentração de eosinófilos, nos níveis de albumina e de proteínas totais. Apesar de estas variáveis não seram só influenciadas pelo formaldeído, parecem ser biomarcadores promissores de irritação respiratória aguda pelo formaldeído transportado pelo ar. [4,5]

     Outro potencial biomarcador de efeito para a inalação repetida de formaldeído envolve o exame histológico de biópsias nasais. A exposição a este aldeído acarreta alterações da histologia da células nasais, tal como a perda de células ciliadas, displasia escamosa e hiperplasia. Não há, porém, prova de que terá sido o formaldeído o tóxico responsável por estas lesões. A displasia escamosa e as lesões hiperplásticas nasais podem ser indicadores úteis de efeitos induzidos pelo formaldeído mais severos. Porém, o seu uso em humanos pode ser limitado. [6,7,8,9]

Tratamento [10]

      Não há antídoto específico. Após a exposição ao formaldeído, podem ser utilizados métodos para remover ou diluir o formaldeído que não foi absorvido ou que ainda não reagiu, como a lavagem da pele ou dos olhos ou a ingestão de leite ou água para diluir em caso de ingestão.

     Em caso de ingestões, poder-se-á realizar lavagem gástrica. Uma vez que o produto é corrosivo para a mucosa gástrica, precauções adicionais deverão ser tomadas no momento da passagem da sonda nasogástrica. A utilização de carvão ativado nestes casos é controversa, não se sabendo se existe eficácia na adsorção do formaldeído.

      O desconforto respiratório pode ser tratado com oxigénio, broncodilatadores e inaladores. O etanol endovenoso também poderá ser utilizado, mas deverá ser realizada apenas quando houver uma elevação nos níveis de metanol sanguíneo. Em casos graves com acidose metabólica severa, pode considerar-se a hemodiálise.

    O choque deve ser combatido com hidratação e fármacos, se necessário. O tratamento deverá englobar sobretudo medidas de suporte como correção de distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos, além de assistência respiratória. A função hepática e a função renal devem ser monitorizadas.



      Contudo, os danos nos tecidos que possam ter sido causados pelo formaldeído nos portais de entrada não têm um protocolo de tratamento específico estabelecido para o seu tratamento.

Bibliografia:

 

​​[1] http://www.mdguidelines.com/toxic-effects-formaldehyde, acedido em 15/5/2013.

 

[2] Fennell TR (1994) Development of methods for measuring biological markers of formaldehyde exposure. Res Rep Health Eff Inst 67:1-26.

​[3] Shaham J, Bomstein Y, Meltzer A, et al. (1996) DNA-protein crosslinks, a biomarker of exposure to formaldehyde - in vitro and in vivo studies. Carcinogenesis 17:121-125.

[4] Krakowiak A, Gorski P, Pazdrak K, et al. (1998) Airway response to formaldehyde inhalation in asthmatic subjects with suspected respiratory formaldehyde sensitization. Am J Ind Med 33:274-281​.

[5] Pazdrak K, Gorski P, Krakowiak A, et al. 1993. Changes in nasal lavage fluid due to formaldehyde inhalation. Int Arch Occup Environ Health 64:515-519.

 

[6] Ballarin C, Sarto F, Giacomelli L, et al. (1992) Micronucleated cells in nasal mucosa of formaldehyde-exposed workers. Mutat Res 280:1-7.

[7] Boysen M, Zadig E, Digernes V, et al. (1990) Nasal mucosa in workers exposed to formaldehyde: a pilot study. Br J Ind Med 47:116-121.

[8] Edling C, Hellquist H, Odkvist L. (1988) Occupational exposure to formaldehyde and histopathological changes in the nasal mucosa. Br J Ind Med 45:761-765.

[9] Holmstrom M, Wilhelmsson B, Hellquist H, et al. (1989). Histological changes in the nasal mucosa in persons occupationally exposed to formaldehyde alone and in combination with wood dust. Acta Otolaryngol (Stockh) 107:120-129.



[10] Agency for Toxic Substances and Disease Registry (ATSDR) (1999) Toxicological Profile for Formaldehyde, U.S. Department of Health and Human Services, Public Health Services.

​​​

 

bottom of page